Roma

Voltei!

por Cris Campos - 06 de outubro de 2011

Oiê! Estive sumida nessas últimas semana, mas foi por uma boa causa: férias! É muito bom a gente se desligar um pouquinho do dia-a-dia e respirar novos ares, pra voltar com as energias renovadas e a cabeça cheia de ideias, né? Então, acho que fui para os lugares certos…

Ouvia de muita gente que Milão era sem graça e que não tinha nada pra fazer, além da Catedral, mas acho que essas pessoas não foram nos lugares certos. Em primeiro lugar, a Catedral realmente vale a visita, tanto por dentro quanto o telhado – isso mesmo, você pode subir no telhado, todo trabalhado em mármore – e admirar a cidade inteira de cima! Ao lado fica a Galeria Victorio Emanuelle, o primeiro shopping da Europa. As lojas são legais, mas o que mais vale é a prórpria galeria. Nela tem uma loja de departamentos gigante chamada Rinascente, e o subsolo é inteiro dedicado ao design para casa – de papelaria ao móveis, passando por eletrodomésticos, luminárias, enfeites… tudo lindo! Ali pertinho fica o famoso Quadrilátero da Moda, que concentra todas as grifes e, consequentemente, muitas as pessoas elegantes. Também adorei conhecer o Castelo Sforzesco e o lindo parque que fica atrás dele, a charmosa via Corso Como e o descolado bairro de Brera, uma delícia de passeio! Delícia também foi o jantar no Dal Bolognese e o sorvete de nocciola da Ice Bound.

A cidade de Como fica a 40 minutos de trem de Milão, um ótimo bate-e-volta. A melhor forma de chegar é pegar um trem da Estação Cadorna, em Milão, que vai até a estação que fica na beira do Lago de Como. A grande atração de lá e realmente o lago, margeado por pequenas vilas que, junto com as montanhas, formam uma paisagem deslumbrante. Há algumas opções de passeio de barco, e eu optei pelo catamarã que vai até Bellagio, a “pérola do lago”. É uma vilazinha charmosíssima na encosta de umas das montanhas, que proporciona as mais belas vistas desse lindo cenário. Outra opção bem interessante para aproveitar a paisagem é fazer um vôo de hidroavião, já que a cidade possui um aeroclube na beira do lago. Infelizmente não fiz esse passeio, por causa da neblina, mas pretendo voltar só para ter esse experiência. Também vale a pena subir a montanha no Funicular Como – Brunate, para ser recompensado com uma vista de tirar o fôlego.

Veneza é um daqueles destinos que todo mundo tem que ir um dia, me impressionei com a cidade desde que avistei de longe, ainda do trem chegando na estação. A cidade é completamente diferente de tudo que já vi, com suas ruas-canais, as centenas de pontes, e as hordas de turistas que invadem a cidade, principalmente no verão. Logo agradeci por ter me programado pra passar apenas uma noite lá, pois a cidade estava lotada de turistas de todas as partes do mundo, mas lotada mesmo, parecia que você andava o tempo todo no meio de um bloco de carnaval. Por esse motivo, não consegui conhecer a Catedral, mas adorei a visita ao Palazzo Ducale e ao Campanário. O Hotel l’Bauer também valeu a viagem, é muito bem localizado, ao lado da praça San Marco, e o quarto era espetacular. Me diverti me perdendo pelas ruelas e encontrando as mais particulares paisagens, enquanto tentava fugir da multidão.

Ah, Florença! Como não se apaixonar por essa cidade linda, que respira arte?! Passaria uma vida ali… O Duomo, também conhecido como Catedral Santa Maria di Fiori, tem umas das fachadas mais encantadoras em impressionantes que eu já vi, toda trabalhada em mármores branco, verde e rosa, linda! A cidade estava cheia, e para aproveitar melhor cada minuto, valeu pagar um pouco a mais para não pegar fila para entrar e para subir na Catedral (tinha uma moça na porta vendendo um priority pass por 7 euros). A Galeria Uffizi também é imperdível. O segundo maior museu da Europa depois do Louvre guarda muitas obras importantes, e as filas são enormes. Como não tinha comprado o ingresso pela internet, fui lá e reservei para o dia seguinte, com hora marcada, pagando 4 euros a mais. Valeu cada minuto! Mas Florença é cheia de lugares imperdíveis, e pra resumir, tem que conhecer o mercado central (cheio de delícias – dá pra almoçar lá!), a igreja Santa Maria Novella, e a farmácia de 1612, que leva o mesmo nome e fica lá perto, a Biblioteca Laurenziana (obra de Michelângelo), o Bastistério, as papelarias, as sorveterias, a bisteca fiorentina… Por falar em comida, recomendo muito a Trattoria da Tito, o Ristorante della Academia e a sorveteria Perché No. Ah! O pôr do sol visto da Piazzale Michelângelo é inesquecível… Ah! O hotel Albani Firenze, bem pertinho da estação, é excelente… 

A cidade eterna merece todas a honras. Tudo é lindo, andar pela cidade é lindo, e a cada passo se descobre uma nova história, um novo monumento. Fiquei particularmente impressionada com a simplicidade monumental do Pantheon, com a grandiosidade do Vaticano, com a intensidade do Coliseu e do Forum Romano e com a beleza das calçadas de mármore travertino… O roteiro é batido, mas não há como fugir das praças, fontes, igrejas, e toda sorte de atrações turísticas que a cidade oferece. Para evitar filas, uma programação antecipada é fundamental. Assim, comprei ingressos para o Coliseu e o Vaticano via internet, com 1 mês de antecedência, e assim evitei filas quilométricas. No Coliseu optei pela visita guiada que incluía o subsolo, recentemente aberto ao público, mas não achei nada demais nesse pedaço. Me hospedei próximo ao Coliseu, e achei bom ficar em uma zona mais tranquila da cidade. Também adorei passear pela região próxima ao Vaticano, também achei uma área boa para se hospedar. Para as noites de verão, o Trastevere é um bairro delicioso, cheio de barzinhos e restaurantes, lojinhas e muita gente na rua. Para comer, adorei a Trattoria La Carbonara e a sorveteria Grom, na Piazza Navona.

Como não se apaixonar pela Itália?! Recomendo essa viagem pra todo mundo, se quiserem ou tiverem mais dicas, deixem nos comentários!

 

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Igrejas surpreendentes

por Cris Campos - 04 de abril de 2010

Para celebrar a Páscoa, trouxemos uma seleção de igrejas surpreendentes, seja pela sua arquitetura, localização, grandiosidade ou pela sua história. As Igrejas representam um lugar de reunião e expressão da fé cristã, onde a arquitetura tem o desafio de expressar essa fé e apresentá-la ao mundo, além de acolher a comunidade cristã, representando seu local de reflexão, recolhimento e louvor a Deus.

A Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, em Brasília, foi inaugurada em 1970. Projetada por Oscar Niemeyer, tem uma área circular da qual se elevam 16 colunas de concreto. Possui uma estrutura singular e audaz que mostra a genialidade do arquiteto e o caráter inovador do calculista, Joaquim Cardoso. O conjunto é pontuado por diversas obras de arte. Já na praça de acesso ao templo, encontram-se quatro esculturas em bronze representando os evangelistas. No interior da nave, estão as esculturas de três anjos, suspensos por cabos de aço, de Alfredo Ceschiatti, com a colaboração de Dante Croce. No batistério, um painel em lajotas cerâmicas pintadas por Athos Bulcão. O campanário doado pela Espanha, composto por quatro grandes sinos, completa o conjunto arquitetônico. A entrada faz-se através de uma área de paredes negras tida como zona de meditação. O interior é banhado por luz natural filtrada pelos vitrais coloridos de Marianne Peretti e lá vê-se a “Anunciação a Maria”, também de Athos Bulcão, a Via Sacra de Di Cavalcanti e a primeira réplica da Pietá de Michelangelo, feita de mármore e resina. Mesmo passando por ela todos os dias, ainda me surpreendo com essa estrutura magnífica!

O Templo Expiatório da Sagrada Família, também conhecido simplesmente como Sagrada Família, é um grande templo católico da cidade catalã de Barcelona, na Espanha. Desenhado pelo arquiteto catalão Antoni Gaudí, é considerado por muitos críticos como a sua obra-prima e expoente da arquitetura modernista catalã. O projeto foi iniciado em 1882 e assumido por Gaudí em 1883, que dedicou seus últimos 40 anos de vida a essa construção. Não se estima a conclusão para antes de 2026, centenário da morte de Gaudí. No início em estilo neogótico, o projeto foi reformulado completamente por Gaudí, sendo composto por três grandes fachadas: a Fachada da Natividade, quase finalizada com Gaudí ainda em vida, a Fachada da Paixão, iniciada em 1952, e a Fachada da Glória, ainda por completar. Segundo o seu proceder habitual, a partir de esboços gerais do edifício Gaudí improvisou a construção à medida que esta avançava. Além das formas excêntricas, típicas de Gaudi, essa igreja surpreende pela história de sua construção.

Igreja do Jubileu em Roma, na Itália, foi projetada em 1996, pelo arquiteto Richard Meier. Os volumes e formas são responsáveis pela clara distinção de funções. A área sacra caracteriza-se pelas curvas e abriga nave principal, capela, confessionários e altares. Ao norte, a porção profana – que se destina ao centro comunitário e à residência do pároco – revela o predomínio das linhas retas. As curvas do espaço sacro são formadas por círculos deslocados que se materializam em conchas de concreto protendido moldadas in loco, revestidas com mármore travertino. São três curvas, que, segundo o arquiteto, fazem discreta alusão à Santíssima Trindade. Os intervalos entre as conchas são vedados por caixilhos e vidros que permitem a entrada de luz natural no templo. Dessa forma, de acordo com a estação do ano, o tempo, a hora e a intensidade de luz, modifica-se a percepção do espaço. As paredes são de cimento especial com dióxido de titânio que ajuda na despoluição do ar.

 A Catedral de S.Basílio, localizada na Praça Vermelha, em Moscou, pertencente à Igreja Ortodoxa Russa. Sua construção foi ordenada pelo Czar Ivan, o Terrível, para comemorar a conquista do Cantão de Kazan, que realizou entre 1555 a 1561. Em 1588 o Czar Fiodor Ivanovich ordenou que se agregasse uma nova capela no lado leste da construção, sobre a tumba de São Basílio, o Bendito, santo por cujo nome foi chamada popularmente a catedral. São Basílio se encontra no extremo sudeste da Praça Vermelha, justamente na frente da Torre Spasskaya de Kremlin. Sendo não muito grande, consiste de 9 pequenas capelas. O conceito inicial era construir um grupo de capelas, cada uma dedicada a cada um dos santos em cujo dia o Czar ganhou uma batalha, mas a construção de uma torre central unifica estes espaços em uma só catedral. A lenda fala que o Czar Ivan deixou cego o arquiteto Postnik Yakovlev, para evitar que construísse uma outra construção tão magnífica! Ai se essa moda pega…

A Capela Notre-Dame-du-Haut de Ronchamp, na França, foi projetada pelo arquiteto Le Corbusier, considerado um dos mais importantes do século XX. As janelas nas paredes espessas e curvas deixam entrar uma luz fraca e indireta. A arquitetura fina e curvilínea da capela é surpreendente pelo que se via de Le Corbusier, um arquiteto racionalista que acreditava apenas no ângulo reto. A capela é repleta de contradições arquitetônicas, ao mesmo tempo quadrada e redonda, alongada e contida, baixa e alta. Por esta contradição à arquitetura de linhas retas de Corbusier e ao fato de este ser ateu, a capela de Ronchamp foi uma das obras que causaram mais polêmica e dificuldade de assimilação pela crítica, tanto por parte dos arquitetos quanto pelo público.

Catedral de Nossa Senhora de Las Lajas, no município de Ipiales, Colômbia. Construída entre 1916 e 1949 sobre dois arcos, no rio Canyon Guaitara, é considerada uma das maravilhas da Colômbia. Segundo a lenda, este foi o lugar onde uma mulher indiana chamada María Mueses de Quiñones estava levando sua filha surda-muda Rosa de costas perto de Las Lajas ( “The Rocks”). Cansada da subida, Maria sentou-se sobre uma rocha, quando Rosa falou (pela primeira vez) sobre uma aparição em uma caverna. Mais tarde, uma misteriosa pintura da Virgem Maria carregando um bebê foi encontrada na parede da caverna. Os estudos sobre a pintura não mostraram nenhuma prova de tinta ou pigmentos na rocha – em vez disso, quando uma amostra de núcleo foi tomada, apurou-se que as cores foram impregnados na própria rocha a uma profundidade de vários metros. Verdade ou não, a lenda estimulou a construção desta maravilhosa igreja. Além da lenda, sua localização é impressionante.

A Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Brasília, conhecida como Igrejinha, foi o primeiro templo construído em alvenaria na nova capital. Com projeto de Oscar Niemeyer, sua arquitetura faz referência a um chapéu de freiras. Em seu interior e na fachada encontram-se azulejos de Athos Bulcão. Originalmente a parede ao fundo do altar comportava afrescos com bandeirolas e anjos de Alfredo Volpi, mas eles foram cobertos por tinta em uma reforma ocorrida na década de 60. Atualmente a Igrejinha recebeu uma nova pintura, feita por Francisco Galeno. A santa no centro do altar é Nossa Senhora de Fátima, sem rosto. Pipas e flores foram criadas para representar a alegria das crianças que teriam avistado a Virgem Maria em Fátima, Portugal. A Igrejinha, que comporta apenas 60 pessoas, foi tombada pela UNESCO como patrimônio cultural. Adoro a forma, as cores e o ambiente aconchegante dessa verdadeira obra de arte, simples, suscinta e bela!

A Igreja de São Francisco em Salvador faz  parte do convento dos franciscanos. Foi concluída em 1723 e é considerada um dos mais extraordinários monumentos do barroco em todo o mundo. É preciosa pela exuberante decoração interna, folhada em ouro, com entalhes em jacarandá, florões, frisos, arcos, figuras de anjos e pássaros espalhados em vários pontos, além de painéis em azulejos portugueses, retratando cenas da vida de S. Francisco.

Harajuku Church é uma futurista igreja protestante e está localizada em Tóquio. Foi projetada pela empresa de design de Criação Ciel Rouge em 2005. O teto é feito especialmente para reverberar o som natural de 2 segundos para fornecer uma experiência de audição única para fiéis. Rasgos no teto controlam a entrada da iluminação natural e criam um lindo desenho.

Catedral de Nossa Senhora da Glória, em Maringá, no Estado do Paraná, é a mais alta catedral da América Latina. Foi inspirada e idealizada na era dos “spoutiniks” (a palavra “poustinikki” designa o peregrino que se afasta do mundo para ficar mais perto de Deus). De forma cônica, possui um diâmetro de 50 metros e uma nave única. Representa uma arquitetura moderna e arrojada, idealizada por D.Jaime Luiz Coelho e projetada pelo arquiteto José Augusto Bellucci. O cone possui uma altura externa de 114 m, sustentando uma cruz de 10 m. Tem capacidade para abrigar 4.700 pessoas. É linda e um dos mais belos cartões postais do Paraná!

 A Igreja São Francisco de Assis da Pampulha, em Belo Horizonte, foi inaugurada em 1943 e é mais uma obra de arte de Oscar Niemeyer, com cálculo estrutural de Joaquim Cardoso, sendo considerada a obra-prima do Conjunto Arquitetônico da Pampulha. Neste projeto, Oscar Niemeyer faz novos experimentos em concreto armado, abandonando a laje sob pilotis e criando uma abóbada parabólica, até então só utilizada em hangares. A abóbada na capela da Pampulha seria ao mesmo estrutura e fechamento, eliminando a necessidade de alvenarias. Inicia aquilo que seria a diretriz de toda a sua obra: uma arquitetura onde será preponderante a plasticidade da estrutura de concreto armado, em formas ousadas, inusitadas e marcantes.  Decorando o exterior da Igreja há na fachada um painel de azulejos, em tons azuis, de autoria de Cândido Portinari (1903-1962), em homenagem a São Francisco de Assis, o Santo protetor dos animais. Aqui me encanta, além do desenho externo, seu interior minimalista!

 O Santuário Dom Bosco, em Brasília, foi projetado por Carlos Alberto Naves. São 80 colunas em Brise-Soleil com 16 m de altura fechando em estilo gótico, com vitrais em 12 tonalidades de azul, simbolizando um céu estrelado. No teto, desenhos de Carlos Alberto Naves, o lustre central de Alvimar Moreira contém 7.400 copos de vidro Murano e 180 lâmpadas e pesa 2.600 kg. O Cristo de 4,30 m de altura foi esculpido por Gotfredo Traller.

É claro que existem muitas outras igrejas tão ou mais impressionantes que essas. Se formos falar da Itália ou das cidades coloniais mineiras precisaríamos de um blog inteiramente dedicado a isso. De fato, é um tema fascinante e não faltarão oportunidades para mostrarmos aqui!

Imagens: Google Images. Dados: wikipedia.

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