Projeto de Arnaldo Pinho e Daniele Feitosa, para a mostra Morar Mais Por Menos Brasília 2008. Esse lindo quartinho, além de ser projeto de um amigo querido e talentoso, fez muito sucesso durante o evento e ainda hoje é lembrado por muitos.
O quarto é bem romântico, todo em tons de bege e branco e com belos detalhes em estilo provençal. O destaque está no berço que tem circulação livre em todos os lados e a cabeceira destacada com papel de parede floral e iluminação embutida. No teto, uma moldura dá suporte ao xale do dossel de tecido.
As paredes foram pintadas, na parte superior, de um tom de bege claro meio esverdeado, combinando com o papel de parede. Na parte inferior, recebeu um falso lambri feito por quatro molduras horizontais de poliuretano intercaladas com pinturas branca, de custo bem inferior comparado a um de madeira. Fica a dica!
A poltrona Luís XV e o aparador seguem o mesmo estilo romântico. Olha que diferente o painel de flores de papel machê (Vitória Tiaggiolo) usado como escultura de parede, adorei a idéia!
O trocador foi substituído por uma mesa redonda, mas ela tem 90cm de altura (uma mesa comum tem 75cm) para oferecer o conforto necessário para a mãe. A cortina é bem volumosa, com muitas camadas de tecido, e tem um lindo detalhe de flores usadas como braçadeira.
Todo o enxoval segue cores branca e bege num composé de listras, flores e tecidos lisos. Algumas almofadas tem bordados bem típicos do provençal.
Assim como as cortinas, as persianas são importantes complementos decorativos e têm a função de equilibrar ou vedar a luminosidade e conservar a privacidade de cada ambiente, dependendo de sua função. Alguns modelos permitem um controle mais preciso, porque você regula a abertura de acordo com a quantidade de luz que quer deixar entrar e pode, inclusive, automatizar esse controle, o que é muito legal quando as aberturas são grandes, de pé-direito alto, ou simplesmente quando você quer mais conforto!
Existem no mercado diversos modelos de persianas, de vários materiais. Atualmente os tipos mais usados são as persianas horizontais, do tipo romana ou do tipo rolô, mas dependendo da marca, existem variações desses modelos, com maior ou menor controle de abertura, além da diversidade de cores e materiais. Particularmente, eu prefiro os modelos mais simples, que são mais fáceis de manusear, e as cores mais básicas (variações de branco e bege) já que as persianas são um complemento, não devem chamar mais atenção que os outros elementos da decoração.
Persianas Horizontais: simples e muito bonitas, são formadas por lâminas metálicas, de madeira ou de PVC. Elas não vedam totalmente a claridade, mas deixam passar a ventilação natural.
Persianas brancas (que aqui devem ser de madeira ou pvc) vão do teto ao chão, cobrindo toda a extensão das janelas. As lâminas largas têm uma estética interessante, marcando bem a horizontalidade. Foto: Revista Casa e Jardim.
Adooooro persianas de madeira. Dão um ar ao mesmo tempo aconchegante e sofisticado. Costumam ser mais caras, mas existem genéricos de pvc ou até de alumínio que dão um efeito parecido. Foto: site Luxaflex.
Rolô: funcionam como painéis que, quando recolhidos, ficam enrolados. Funcionam bem quando a intenção é vedar bem, mas como tem limitações de tamanho, deixam frestas entre os painéis. Podem ser de vários materiais, sendo mais usado com blecaute de vinil. Outro material muito utilizado é a tela solar (fibra de vidro +pvc)que controla o calor e filtra os raios UV sem impedir a entrada de luz natural nem esconder totalmente a paisagem e por serem furadinhas, deixam a ventilação passar.
Normalmente gosto das persianas rolô quando usados junto com cortinas, mas em ambientes bem modernos, como o da foto, elas funcionam bem sozinhas, cobrindo toda extensão das enormes janelas. Foto: site Luxaflex.
Romana: têm o mesmo uso e função da rolô, mas sua estética é mais interessante, já que ela se dobra à medida que é suspensa. Quando fechada, os locais das dobras formam listas horizontais nos painéis. Além de tecidos nobre, como seda ou fibras naturais, podem ser de blecaute de vinil ou tela solar.
Na primeira foto, a persiana romana, feita de tela (fibra de vidro com PVC), dá um efeito translúcido, filtrando a luz que entra no escritório. Projeto de André Piva. Foto: Casa Cláudia. / Na segunda foto, a persiana romana cobre as janelas com ângulo. Acho esse efeito bem bonito. Foto: Revista Casa e Jardim.
Outros exemplos da persiana romana feita em tecido, da Persiflex.
Na hora de decidir entre cortinas e persianas, não existem regras fixas, tudo depende do seu gosto e do estilo de cada ambiente. Porém, alguns fatores podem ser considerados. As persianas são práticas, mas fáceis de limpar e não juntam muita poeira. Além disso, têm design mais limpo. Já as cortinas são um pouco mais complicadas na hora de lavar, dependendo do tecido, mas são mais chiques e dão um ar sofisticado ao ambiente. Por essa razão, são minhas eleitas pra usar na sala ou em outros espaços que exigem sofisticação. E o resto da casa?
COZINHAS E BANHEIROS
Cozinhas e banheiros frequentemente tem a necessidade do controle de luminosidade ou da privacidade. Aí sempre bate aquela dúvida, que material eu posso usar que resista a gordura e umidade, e que seja fácil de limpar? Nesses casos, as persianas são mais recomendadas que as cortinas. Devem ser usadas em material sintético, que não se altera com a umidade e que aceite limpeza com detergente. É o caso do PVC, do poliéster e das fibras artificiais. As horizontais com lâminas de alumínio também são recomendadas, já que dificultam a fixação da sujeira. Algumas marcas utilizam poliéster com tratamento antiestático, que inibe o acúmulo de pó e gordura no tecido.
Essa cozinha, com enormes aberturas, recebeu persiana rolô em tela de pvc, que filtra a luz mas deixa transparecer um pouquinho da vista… Foto: site Luxaflex.
Persianas horizontais metálicas dão privacidade à banheira, cercada por grandes janelas. Foto: Revista Casa Mix.
QUARTOS E HOME THEATRE
Aqui tanto faz cortina ou persiana, desde que deixe tudo bem escurinho… Mas se você prefere a praticidade das persianas, os modelos mais recomendados são a rolô ou romana, pois elas podem ser feitas em blecaute de vinil. Como o vinil é grosseiro, existem os blacautes com acabamento em tecido, bem mais bonitos.
Persiana rolô com blecaute para escurecer o quarto de casal. Foto: Revista Casa Mix.
No home theatre projetado por Francy Milano, a persiana romana com blecaute promove o conforto visual necessário, evitando reflexos na televisão. Foto: Revista Casa Mix.
Que tal aliar a praticidade das persianas com o luxo das cortinas? Fica lindo usar os dois recursos em conjunto. As persianas no fundo, com a função de proteger do sol, e as cortinas decorando à frente, completas ou como xales nas laterais. Dessa forma, além do acabamento mais bonito, a cortina ajuda a vedar a luz que passa pelas frestas das persianas, funcionando como molduras.
Nessa sala, a persiana romana em tela solar filtrou a luz e deixou o ambiente bem leve. Foram feitos 4 painéis cuja emenda coincide com as divisões da esquadria, ficando mais disfarçadas. Para arrematar, nas laterais foram usados xales de seda de 80cm com prega americana. Achei lindo!!! Projeto da arquiteta Paula Magnani. Foto: Revista Casa Cláudia.
Na primeira foto, a aparência simples e fria da persiana horizontal metálica foi suavizada pelos xales de organza de seda, com prega americana. Projeto de Roberto Negrete. / Na segunda foto, as persianas de madeira preenchem os vãos das janelas, e são complementadas por painéis de algodão, suspensos por tiras do tecido, que deram o maior charme ao quarto. Projeto do arquiteto Maurício Nóbrega . Fotos: Revista Casa Cláudia.
Nessa sala com pé-direito altíssimo (lindo!) a enorme janela foi coberta com persiana rolô em tela solar (provavelmente automatizada). Por cima, os enormes xales em tecido cinza chumbo deram cor e acabamento. Foto: Desire to Inspire
INSTALAÇÃO
Para a instalação das persianas existem as duas possibilidades. A primeira é instalar dentro do vão da janela, onde a medida deve ser bem justa ao espaço, para diminuir as frestas. A outra possibilidade é a persiana por fora, ultrapassando o vão da janela. A medida deve ser feita deixando sobrar na largura 10 cm para cada um dos lados. Na altura, o ideal é que a peça seja instalada rente ao teto, passando 20 cm abaixo do peitoril da janela.
Além de cumprirem o importante papel de equilibrar ou vedar a iluminação natural para se adequar às funções do ambiente, as cortinas servem para dar privacidade, destacar ou esconder a vista da janela, e até diminuir ruídos externos. Na decoração elas são um importante complemento e deixam os ambientes mais charmosos e sofisticados.
Escolher uma cortina é uma tarefa complexa. Além do tecido, deve ser definido que tipo de costura será usado, se tem ou não a necessidade de usar forro ou blackout, qual a altura da barra, se a cortina será instalada em trilho ou varão e se estes serão simples, duplos ou até triplos… Aff! Mas não se desespere, para cada caso existe uma solução!
Cortina de organza de seda com bordados de algodão instalada com argolas em um varão, sobre forro de xantungue misto com pregas americanas. Projeto de Aline Cremonini.
A cortina pode correr em trilhos, chamados trilhos suíços, ou em varão.
No trilho suíço a cortina corre com mais facilidade, além de permitir uma maior variedade de pregas no tecido, que dão o maior charme. Mas como o aspecto não é dos mais bonitos, o trilho deve ser escondido por um cortineiro, normalmente feito no gesso ainda durante a obra.
Os suportes de varão, por sua vez, devem ficar fixos por cima, permitindo que a cortina corra sem problemas. Mas acabamento com ilhoses ou alças passantes são indicadas para modelos pouco utilizados, pois podem emperrar.
– As cortinas devem combinar com o estilo adotado para o ambiente, considerando as cores, texturas e formatos, assim como a forma de instalação.
– Na hora de escolher o tecido, os fatores físicos são relevantes: quando a incidência do sol é grande ou a vista da janela não agrada, o ideal são tecidos pesados, como sarja, algodão fechado, linha pura e seda rústica, com forro de tergal misto ou blackout.
– Se a casa é escura ou possui uma bela vista, podem ser usados tecidos mais leves e transparentes, como voal, chiffon, organdi, seda leve ou gaze de linho, podendo dispensar o uso de forro.
– O forro serve para proteger o ambiente e o próprio tecido do sol excessivo. Geralmente, é feito separadamente e corre em trilho ou varão independente, dando a opção de abrir ou fechar quando quiser, mas pode ser costurado à cortina.
– Outro fator importante é a questão da praticidade, pois para lavar em casa, os tecidos devem ser leves ou sintéticos, pois os mais pesados pedem lavagem especializada, pois podem encolher.
– Em termos de custo, os tecidos sintéticos são mais baratos, mas os naturais costumam ter o caimento mais bonito.
– Mesmo correndo o risco de sujar mais facilmente, a cortina fica bem mais elegante quando a barra arrasta de 2 a 4cm no chão.
Existem vários tipos de acabamentos para as cortinas, com pregas, argolas, botões, ilhoses… Tudo pra deixar essas peças tào importantes ainda mais charmosas. Vamos mostrar aqui os mais usados:
Pregas americanas: Modelo clássico, tem detalhes feitos com três preguinhas e pode ser presa em trilho ou varão. Geralmente é usada com forro, o que favorece o caimento.
Cortina no tecido Lexus, da Donatelli, uma trama de poliester branca, que lembra uma gaze de linho, confeccionada com pregas americanas e barra sobrando 4cm sobre o chão, bem chique! O trilho suíço ficou escondido pelo cortineiro de gesso. Projeto de Roberto Migotto.
Pregas fêmea : O volume dos tecidos vai para trás e a cortina fica com um caimento reto.
Esse apartamento de um prédio dos anos 50 possui uma caixa de madeira com persiana metálica, que faz parte da fachada. Para disfarçar a persiana no interior foi instalado um varão fazendo o contorno da caixa. A cortina de algodão listrado, presa em argolas metálicas, tem pregas tipo fêmea.
Pregas macho: O volume do tecido concentra-se na frente, proporcionando caimento reto e elegante. Podem ser usadas em varões ou trilhos ou ainda como xales laterais e é um dos acabamentos mais usados, pois não gasta muito tecido.
Nesse ambiente foi usada uma cortina franzida de voal, bem leve e fácil de lavar, e dois xales de um tecido que mescla linho e voal, costurados com pregas macho adornadas com botões forrados no mesmo tecido. Um detalhe lindo! O conjunto foi instalado num trilho suíço duplo escondido pelo cortineiro de gesso.
Painel :Pode ser usado desde os tecidos mais encorpados até os mais leves, além de lona ou tela. Fica bem em decorações modernas.
A porta da varanda foi coberta por painéis de linho que se transpassam 10cm e deixam transparecer a vista lá fora. Para um ar mais artesanal, o contorno de cada painel recebeu aplicação de canutilhos de madeira. O trilho suíço ficou escondido no gesso. / Na segunda foto, foram usados painéis em gaze de linho branco e amarelo, que usados intercalados trazem um pouco de cor e graça à sala de jantar. Projeto de Miguel Pinto Guimarães.
Argolas:Sempre atuais, as argolas presas ao varão suspendem o tecido. Podem ser em metal cromado, dourado, ouro velho e madeira natural ou branca, dependendo do estilo do ambiente e da cor do varão.
Essa sala de TV recebe muita luz à tarde. Para escurecer o ambiente, além do blackout, foi escolhido um modelo que combina dois tons de voal: o marrom sobre o dourado. Assim, o conjunto, pendurado por argolas em varão duplo, ajuda a segurar a luminosidade, sem eliminá-la totalmente. Projeto de Antônio Ferreira Jr. e Mário Celso Bernardes.
Ilhoses: São indicados para cortinas pouco utilizadas e mais decorativas, em tecidos leves. Mas podem emperrar no varão e após muitas lavagens à máquina os ilhoses podem se soltar.
No primeiro ambiente, instalou-se um varão de metal abaixo do teto para os xales de seda, presos por ilhoses. Com 9 m de largura cada um, eles têm a metragem exata para fechar o vão de 3,50 m da janela. Por dentro, uma cortina de voal misto corre num trilho atrás da sanca. Projeto de Adriana Penteado. /Para suavizar o visual dos painéis de bambu, que correm em trilhos suíços, foi fixado um varão metálico do qual pende uma cortina em gaze de linho costurado com ilhoses. Projeto de Marcia Coelho.
Passantes de tecido:Ficam muito bem usadas como xales, sobre persianas ou rolôs. São superdecorativas, porém as alças não deslizam bem no varão.
Aqui foram misturados seis xales diferentes, de 1,10 x 2,50 m cada um. Os lisos de xantungue de seda foram dispostos nas laterais e os listrados de voal, no centro. A idéia aqui era não usar forro, e apesar das cores fortes, a transparência mantém a leveza dos tecidos. As peças foram instaladas com alças passantes em um varão de bambu. Projeto de Mario Almeida.
Tecidointeiriço: Acabamento simples, atual e elegante, porém, tem deslizamento difícil no varão. Sua função é mais decorativa. O ideal é que sejam instalados em trilhos suíços.
A cortina dessa sala é composta por quatro painéis de voal branco, que receberam um bordado em formato de ramo de flor, em pespontos pretos. Um cortineiro de madeira pintada de branco esconde o trilho suíço duplo, que também sustenta o forro de gabardine. / Na sala de jantar, duas folhas em cambraia de linho serviram como tela para o bordado manual feito de viés americano branco e contas plásticas coloridas, com um resultado bem romântico.
“Para calcular a quantidade de tecido necessária para uma cortina não muito franzida, meça a largura acrescentando entre 20 e 40 cm para cobrir as laterais da janela. No caso de tecidos encorpados, multiplique esse número por dois e para tecidos finos, por três, para a cortina ganhar volume. O resultado é a largura total. Divida o resultado por 50 cm (pois cada altura equivale a 50 cm de largura da cortina já acabada. Exemplo: uma cortina com 3 m de largura equivale a seis alturas) e você terá a quantidade de alturas (no jargão dos cortineiros) a serem emendadas. Depois meça o comprimento, acrescentando 30 a 50 cm para a barra e a cabeça.” Revista Casa Cláudia.
Desenhos: Revista Decora Baby. Fotos: revista Casa Cláudia.