Está acontecendo, desde 1º de maio até dia 31 de outubro, a Expo Xangai 2010, cujo tema é Better City, Better Life (Cidade melhor, vida melhor). Ali, 55 cidades eleitas mostrarão suas melhores práticas urbanas. As Exposições Universais (Expo) estão entre os mais importantes eventos do calendário internacional, funcionando como um intercâmbio de informações e cultura. Em Xangai o destaque são as inovações científicas e tecnológicas, com o desafio de realizar o evento com baixa emissão de carbono. Os prédios do parque têm controladores de despesa de água e energia e utilizam energia solar e materiais reciclados. As edições anteriores das exposições mundiais já deixaram legados importantes para a humanidade, como o telefone apresentado por Graham Bell na Expo Filadélifia, em 1876, e a Torre Eiffel, erguida para a Exposição Mundial de Paris, em 1889, entre outros.
As principais atrações das Exposições Mundiais são os pavilhões nacionais, criado pelos países participantes, que são espelhos de suas culturas e características geográficas únicas. As fachadas são sempre o grande destaque, já que devem convidar os visitantes a entrar. Observando cada uma delas, encontramos características em comum, provenientes do uso de materiais e revestimentos com tecnologia avançada, como painéis com recortes a laser, que filtram a luz solar, e até que mudam de cor dependendo a insolação, além da exploração de recursos de iluminação natural e artificial. Selecionamos alguns dos os pavilhões mais bacanas pra mostrar pra vocês! A foto acima mostra uma das entradas do parque.
O pavilhão do país-sede, a China, possui 63 m de altura e é o mais alto da exposição. O projeto é do arquiteto chinês He Jingtang, que propôs a celebração de diversos elementos tradicionais chineses como a arquitetura, a caligrafia, a jardinagem e o planejamento urbano, lembrando o formato dos antigos pagodes chineses. Chamado “The Crown of the East” o pavilhão é marcado pela verticalidade e simetria. A cobertura é inspirada na dougong, uma técnica construtiva milenar no oriente. Terminada a exposição, o pavilhão da China será convertido em museu da história e da cultura do país.
O pavilhão da Polônia é absolutamente deslumbrante! Com 3000 metros quadrados, ele foi inspirado na sua arte popular, refletindo o aspecto do tradicional corte manual de papel. O exterior desta obra é composto principalmente por uma mistura de madeira e policarbonato cortado a laser, vidro e painéis resistentes aos raios UV que também servem de telas de cinema, onde serão exibidos filmes culturais polacos. Merecidamente, a equipe que projetou esse pavilhão, Wojciech Kakowski, Natalia Paszkowska e Marcin Mostafa, ganhou menções honrosas de topo na categoria de design dos pavilhões da Expo 2010, devido ao seu atraente conceito. Não sei se é mais bonito a noite, quando a iluminação vinda de dentro destaca os desenhos da fachada, ou de dia, mostrando melhor a madeira.
Inspirado na colossal e sagrada Ayers Rock, situada no Território Norte da Austrália, a principal característica estética deste pavilhão é a mudança de cor, emulando assim a aparência avermelhada dessa formação rochosa, devido à sua fachada metálica gradualmente oxidada. É o aço corten, que já mostramos aqui no blog!
O pavilhão da Coréia do foi projetado pelo escritório Mass Studies, que colocou a simbologia coreana como elemento de composição dos espaços e usa a convergência como tema principal. A idéia de símbolo e espaço e a convergência destes elementos é trabalhada com maestria através da temática “sinais viram espaços e espaços se transformam em símbolos”. Eles utilizam o Han-Geul, alfabeto coreano, por toda a superfície do pavilhão formando desenhos e texturas, luzes e sombras bem interessantes. Além disso para compor a forma do prédio, eles trabalham com áreas brancas e coloridas, volumes horizontais e verticais sendo por vezes cortados com linhas diagonais, criando movimento através das formas e dos símbolos.
Uma das características mais notáveis da Dinamarca é a sua amigável infra-estrutura para bicicletas, incorporando 1500m delas para a utilização dos visitantes. O pavilhão dinamarquês gira em torno da noção de que os seus contos de fadas tradicionais podem ser apreciados enquanto as pessoas pedalam. A sua arquitetura espiralada – na realidade apenas uma rampa para as bicicletas – contém uma lagoa no seu núcleo, bem como a estátua original “Little Mermaid” (Pequena Sereia) do porto de Copenhagen. A iluminação noturna destaca a fachada desenhada com vários círculos vazados que parecem pequenas lâmpadas.
O surreal pavilhão da Arábia Saudita, que se acredita ter sido o mais caro de todos os pavilhões da Expo 2010, tendo um custo aproximado de 146 milhões de dólares. Destaca-se sobretudo pela sua estrutura suspensa em forma de barco e apresenta várias características aquáticas, bem como 150 palmeiras no último piso. Além disso, possui uma tela de projeção de 1600 metros quadrados (1/4 de um campo de futebol), supostamente a maior do mundo.
A estrutura do pavilhão da Espanha é única comparada com os outros pavilhões presentes na Expo 2010. Com uma estrutura interna em aço e 8524 painéis de vime nas cores marrom, bege e preto, o pavilhão espanhol ocupa uma área de 8500 metros quadrados. Um dos benefícios do uso desses painéis é a constante presença de um efeito de luz ambiente e natural e também ajuda a garantir que no interior da estrutura se mantenha uma temperatura agradável e constante. Os painéis foram tecidos à mão por artesãos na província de Shandong. Este tipo de tecelagem é uma tradição antiga tanto na Espanha quanto na China. O projeto é do escritório catalão Miralles Tagliabue Embt.
O pavilhão de Israel, projetado por Haim Dotan Arquitetos, é formado por dois blocos que se entrelaçam e que simbolizam a inovação e tecnologia de Israel. Pode ser interpretado como um diálogo entre a humanidade e a natureza, a terra e o céu, o passado e o futuro. O pavilhão será dividido em três áreas: a sala de luz, hall de inovações e o jardim sussurrando com as árvores ao redor do pavilhão, que está equipado para fazer “sussurro”, em inglês e chinês, saudando os visitantes que andam perto deles e ao entrar no edifício.
Com o tema “Cidade Sensual”, o pavilhão da França aparenta uma estrutura flutuante. Com 6000 metros quadrados e cercada de água, é um brilhante exemplo de eficiência energética e de técnicas de reciclagem, com o seu design de “caixa arejada”. Ao contrário dos outros pavilhões, foi construído com o objectivo de ser permanente e será oferecido à China como um presente ao final da Expo 2010. Para aqueles que apreciam obras de arte, terão no pavilhão francês a oportunidade de contemplar obras de mestres como Rodin, Millet e Van Gogh, além de magníficos jardins de estilo francês.
O pavilhão da Itália é uma estrutura de 3600 metros quadrados, composta por módulos formados por placas incorporadas com fibras óticas que parecem ser translúcidas por natureza e em constante mudança à medida que o Sol percorre o céu. Consistindo em 20 formas únicas, representativas das distintas regiões geográficas do país, e ligadas entre si por linhas que se cruzam, o mais interessante desse projeto é que ele poderá ser remontado após a exposição, bastando para isso remover as peças de ancoragem.
O Pavilhão do Reino Unido surpreende com suas inúmeras antenas eletrônicas que podem se mover com o vento e criar imagens em cores variadas. Refletindo a relação entre o ambiente construído e a natureza. A audaciosa construção em forma de semente, com 20 metros de altura, faz lembrar um porco-espinho. Composta por 60 mil bastões de acrílico translúcido de fibra óptica de 7 metros de comprimento, a estrutura irradia luz ambiente durante o dia e uma auto-iluminação assim que o sol se põe, providenciando a todos os visitantes uma experiência multi-sensorial. O pavilhão foi projetado pela inovadora e vanguardista equipe do Heatherwick Studio e é um fenomenal exemplo de arte e arquitetura moderna.
Apresentando também um design imaginativo, a inspiração para o pavilhão da Rússia deriva dos históricos padrões encontrados nas roupas das mulheres e o desejo de apresentar um mundo mágico, como se fosse visto através dos olhos de uma criança. Quando se olha para as agradáveis contradições da sua textura, o pavilhão de 6000 metros quadrados engloba uma estrutura principal com 15 metros de altura, ligada a outras 12 estruturas irregulares de cor vermelha, branca e dourada, que representam os meses do ano. Mais uma vez as fachadas com desenhos vazados se destacam com a iluminação.
Com uma área de 2000 m2, o pavilhão do Brasil na Expo apresenta um exterior inspirado no artesanato, no trançado a várias mãos, na cultura, no folclore e no universo lúdico popular brasileiro constituído pela complexa trama de várias raças e culturas. Essa fachada foi produzida com pedaços sobrepostos de madeira reciclada e pintada de verde, apoiados em uma estrutura metálica. Com o tema “Cidades Pulsantes”, o interior possui corredores com telas de projeção onde passam imagens da vida cotidiana, além de pontos turísticos e claro, samba e futebol. O projeto foi desenvolvido pelo escritório Fernando Brandão, que foi vencedor do concurso criado pela AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura). Brandão criou a marca de um “Brasil de braços abertos”, como o arquiteto explica, com dois parênteses invertidos, instalado na frente do pavilhão.
Que coisa mais linda! Dá uma vontade de ir lá ver, não é? Eu entendi errado, ou a maioria desses pavilhões são temporários?
A maioria realmente é temporário! Impressionante, pois o custo para a execução dessas maravilhas é muito grande, e o evento dura apenas 6 meses! Até onde eu consegui pesquisar, o da França e o da China serão permanentes, mas deve ter mais alguns. No ano passado tive a oportunidade de visitar em Lisboa o Parque das Nações, onde ocorreu a Expo 98. Alguns pavilhões permaneceram lá e o lugar, antes uma zona industrial, se transformou em um bairro super valorizado, ao redor do qual foram construídos edifícios comerciais e residenciais de luxo. Um passeio imperdível!
Os pavilhões da Corea e do RU realmente chamaram minha atenção! lindos demais.. juntanto luxo, tecnologia e sustentabilidade só podia dar nisso né!
beijao