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Restaurante Thai na Austrália

por Cris Campos - 05 de abril de 2012

Há tempos não via um conceito de projeto tão interessante quanto o do restaurante Nok Nok, em Sydney.  O ambiente deveria fugir da concepção tradicional dos restaurantes de comida thai escurinhos, e assim os arquitetos buscaram uma solução que remetesse a essa cultura de forma pouco comum. Depois de muita pesquisa, os arquitetos do escritório Giant Design chegaram a uma releitura dos templos religiosos daquela região, marcados pelo uso do mármore branco e de mosaicos de ouro.

Para a realização do conceito pesquisado foi eleita uma reduzida, porém rica, gama de materiais: mármore branco, corian, alucobond dourado e espelhos, muitos espelhos. A combinação e interação desses materiais, aliados à iluminação bem planejada, resultou nesse espaço leve, iluminado e convidativo.

O ponto forte foram os painéis em corian recortado a laser no formato de folhas de lótus, um símbolo da cultura thai. Atrás dos painéis as paredes são revestidas com espelhos, que criam profundidade e amplitude, e ajudam a multiplicar os efeitos da iluminação.

O restaurante conta com uma enorme mesa central, marcada pelas pequenas árvores iluminadas. No lado esquerdo ficam mesas separadas por bancos estofados em couro dourado, formando pequenos espaços “privados”. No lado direito, e bem na entrada, fica a cozinha, toda exposta, que teve as paredes revestidas com mosaico de vidro dourado.

Até o teto foi revestido com espelhos, refletindo a iluminação. O piso é de mármore branco e mesas e bancos foram executados em corian.

Muito lindo, né? Adoro ambientes como esse, cuja criação é fruto de uma busca cuidadosa por um conceito autêntico que norteia todo o projeto, desde a concepção dos espaços até a escolha de acabamentos e da decoração. E vocês?

Projeto: Giant Design, via Contemporist.

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Adega em São Francisco

por Cris Campos - 19 de junho de 2010

Localizado no Four Seasons Hotel em São Francisco, o Press Club é uma adega de luxo, que funciona como restaurante, espaço para a degustação de vinhos, para eventos e como loja, oferecendo vinhos premiados dos seis dos vinhedos mais prestigiados do Norte da Califórnia. O projeto do escritório BCV Architects explora o contraste entre cores e materiais quentes, como a madeira, e estruturais, como o concreto aparente.

A fachada de vidro revela apenas a loja, no nível térreo, mas traduz o que o visitante vai encontrar lá dentro, um ambiente convidativo e aconchegante.

Logo na entrada, uma grande escada em concreto aparente com guarda-corpo de vidro leva ao salão de degustação no subsolo.  Vários nichos iluminados foram decorados com garrafas vazias, que dão cor e luz ao espaço.

Todas as paredes são revestidas em réguas de madeira, fazendo uma referência aos barris de vinho. O balcão do bar central recebeu o mesmo revestimento.

O espaço é dividido em alguns salões para diferentes usos. O da foto acima é um lounge, que ficou bem aconchegante com os sofás estofados em tecidos na mesma paleta de cores e pufes em cores e formatos diferentes. As garrafas expostas fazem parte da decoração.

Para grupos maiores, foram montados ambientes de degustação que lembram salas de estar de casa, pela disposição dos móveis e pelas cores e iluminação acolhedora.

Também pensando em grupos maiores, esse salão de jantar possui uma mesa grande e fica um pouco isolado da área do bar. Aqui a parede em concreto aparente contrasta com a madeira predominante no ambiente.

Contemporist

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Restaurante em São Paulo

por Cris Campos - 03 de abril de 2010

Este é o restaurante Dalva e Dito, dos famosos chefs Alex Atala e Alain Poletto, localizado nos Jardins.  O conceito do restaurante é resgatar a culinária colonial brasileira, resgatando o clima das reuniões de famílias em volta da mesa da cozinha para conversar e saborear a comida farta. Este foi o ponto de partida para o projeto , concebido pelo designer de interiores Marcelo Rosenbaum, que passou uma semana na cidade mineira de Ouro Preto pesquisando as construções, a relação entre suas medidas, e observando as características dos espaços públicos da era colonial. O resultado foi essa linda releitura contemporânea do estilo colonial brasileiro.

No primeiro plano o terraço, que  integra-se ao salão principal por meio de grandes aberturas. Aqui aparecem influências da arquitetura moura, trazidas ao Brasil pelos portugueses na era colonial. Entre elas estão o painel de Athos Bulcão (ao fundo), executado com cerâmica branca e azul e os muxarabis nos fechamentos laterais e na cobertura do terraço. Eles deixam vazar uma luz filtrada, contribuindo para a atmosfera leve e agradável do espaço.

A iluminação suave em tom amarelado cria ambientação intimista no salão principal. As mesas foram confeccionadas com sobras de pisos de demolição, assim como o balcão do bar, com tampo de peroba maciça. As cadeiras de palhinha fazem uma referência direta à casa grande das fazendas. O contraponto ao cenário artesanal fica por conta da cozinha high tech, planejada pelo chef Alain Poletto e separada do salão principal por grandes panos de vidro que permitem ver toda a movimentação dos funcionários e todos os equipamentos.

No subsolo, onde forro e paredes foram revestidos por painéis melamínicos no padrão freijó, o destaque fica para os grafites de Derlon Almeida. Aqui foram dispostos o lounge e a grande mesa comunitária sob uma linha de luminárias antigas. Adoro esse recurso, o efeito é lindo.

Na decoração, elementos artesanais formam um rico conjunto de informações que valoriza a cultura popular brasileira. Um painel em laminado de madeira freijó serve de fundo ao itens que pertenciam ao acervo pessoal de Rosenbaum e incluem ex-votos, fragmentos, artefatos indígenas, peças cerâmicas, objetos vindos da cidade pernambucana de Caruaru. O piso em ladrilho hidráulico, formando lindos tapetes, foi outro responsável pela referência colonial.

As dimensões permitiram a divisão fluida e funcional da área em térreo com bar, salão principal e terraço integrado, além de subsolo com lounge e mais um bar – somados, eles oferecem cerca de 250 lugares. A linguagem artesanal caracteriza a construção e os interiores, começando pelas paredes de aspecto rústico, em composição harmoniosa com o piso de ladrilhos hidráulicos. Elas foram executadas por jovens de grupos de risco social, capacitados pelo Instituto Arapoty para trabalhar com o superadobe, técnica de baixo custo surgida na Índia nos anos 1970 e aparecem tambem na fachada. Na outra lateral, uma caixa formada pelos muxarabis delimita o amplo terraço.

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